Embora a denúncia de Felca tenha unido políticos inicialmente, a esquerda rapidamente desviou o foco para uma agenda maior: a regulamentação das redes sociais. Curiosamente, essa mesma esquerda criticou duramente o filme Som da Liberdade (2023), que denuncia o tráfico sexual de crianças. O filme, baseado na história real de Tim Ballard, foi acusado por setores progressistas de promover “teorias conspiratórias de extrema-direita” e até sofreu tentativas de boicote no Brasil. Parlamentares como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Erika Hilton (PSOL-SP) nunca se pronunciaram em defesa do filme, mas agora aplaudem Felca e defendem medidas que, segundo eles, protegeriam crianças.
Essa contradição revela um padrão: a esquerda parece seletiva ao abordar a proteção infantil, apoiando causas que se alinham com suas narrativas políticas. No caso do Som da Liberdade, a crítica veio porque o filme foi abraçado por conservadores. Já no caso Felca, a comoção pública tornou impossível ignorar a denúncia, mas a esquerda a usou como pretexto para avançar uma regulamentação ampla das redes, que pode limitar a liberdade de expressão.
O Caso do Museu e a Criança
Um dos exemplos mais emblemáticos da contradição da esquerda ocorreu em 2017, no caso do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. Durante a exposição Panorama da Arte Brasileira, uma performance chamada La Bête envolveu um artista nu interagindo com o público, incluindo uma criança incentivada a tocar seu corpo. A esquerda defendeu a performance como “arte” e acusou críticos de censura, ignorando o desconforto ético de expor uma criança a tal situação. Enquanto isso, conservadores, como a então deputada Damares Alves, condenaram o evento, exigindo proteção às crianças.

Esse episódio mostra como a esquerda, em nome da “liberdade artística”, relativiza situações que podem ser prejudiciais a menores. Agora, no caso Felca, esses mesmos setores se dizem defensores ferrenhos da infância, o que soa hipócrita diante de sua postura anterior.
O Silêncio sobre o Cadastro Nacional de Pedófilos
Outro caso que expõe a contradição da esquerda é a demora do governo Lula em implementar o Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, aprovado em lei em 2024. Sete meses após a sanção, o cadastro ainda não foi criado, dificultando a identificação e punição de criminosos. Enquanto parlamentares de esquerda, como Gleisi Hoffmann, usam o caso Felca para cobrar regulamentação das redes, pouco se fala sobre a inação do governo em cumprir uma lei que protegeria crianças de forma direta e prática.
A Relativização de Conteúdos Sexualizados em Escolas
Nos últimos anos, a esquerda tem defendido a inclusão de materiais com temáticas de gênero e sexualidade em escolas, muitas vezes sem considerar a adequação etária. Em 2023, um livro distribuído em escolas públicas de São Paulo, com ilustrações explícitas sobre sexualidade, foi criticado por pais e educadores conservadores. A esquerda, no entanto, acusou os críticos de “moralismo” e defendeu o material como “educação inclusiva”. Essa postura contrasta com a indignação atual sobre a sexualização de crianças nas redes, sugerindo que a esquerda só condena a exploração infantil quando isso serve a uma narrativa política.
A Verdadeira Intenção: Regulamentação da Mídia como Ferramenta de Controle
O cerne da contradição da esquerda no caso Felca está na manipulação da pauta para justificar a regulamentação das redes sociais. Parlamentares como Boulos e Hilton acusam as Big Techs de lucrarem com conteúdos criminosos, mas suas propostas vão além da proteção infantil. Eles defendem medidas que podem abrir brechas para censura, como a responsabilização de plataformas por “condutas antidemocráticas” — um termo vago que pode ser usado contra vozes conservadoras.
O Supremo Tribunal Federal (STF), alinhado a essa agenda, já validou mudanças no Marco Civil da Internet que facilitam a remoção de conteúdos sem notificação judicial prévia. O governo Lula, por sua vez, anunciou um projeto de lei para regular as Big Techs, com o ministro Rui Costa afirmando que a medida é uma “questão de segurança”. Essa regulamentação, porém, não foca apenas em crimes contra crianças, mas em controlar narrativas políticas, especialmente aquelas de direita.
O que está em jogo?
Censura disfarçada: Propostas de regulamentação podem limitar a liberdade de expressão, especialmente de vozes conservadoras.
Desvio de foco: A proteção infantil é usada como pretexto para avançar pautas ideológicas.
Falta de consenso: Até deputados de centro, como Marcel Van Hattem (Novo), alertam que a regulamentação não deve restringir manifestações políticas legítimas.
Mulheres de Direita na Defesa das Crianças
Enquanto a esquerda usa a pauta da proteção infantil de forma oportunista, mulheres conservadoras têm se destacado no trabalho direto com crianças vulneráveis. Dois exemplos notáveis são:
Damares Alves: Como ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e atual senadora, Damares liderou iniciativas como a campanha contra a exploração sexual de crianças na Ilha do Marajó. Ela também denunciou Hytalo Santos em 2024, antes mesmo do vídeo de Felca, mostrando compromisso consistente com a causa.
Michelle Bolsonaro: A ex-primeira-dama tem apoiado projetos sociais voltados para crianças abandonadas, como o programa Criança Feliz, que promove o desenvolvimento infantil em comunidades carentes. Sua atuação é prática e focada em resultados, sem uso político da causa.
Como Proteger as Crianças sem Cair na Armadilha da Censura
A denúncia de Felca é um alerta urgente, mas a solução não pode ser usada para fins políticos. Aqui estão algumas sugestões práticas para abordar o problema sem comprometer a liberdade de expressão:
Foco na legislação específica: Aprovar leis como a “Lei Felca”, que criminaliza a adultização infantil, sem incluir termos vagos que permitam censura.
Educação digital: Investir em campanhas para conscientizar pais e educadores sobre os riscos das redes sociais.
Fiscalização das plataformas: Exigir que as Big Techs implementem algoritmos que detectem e removam conteúdos impróprios de forma proativa.
Fortalecer o ECA: Atualizar o Estatuto da Criança e do Adolescente para incluir a monetização de conteúdos infantis como trabalho infantil, como propõe a deputada Talíria Petrone.
A Infância Merece Proteção, Não Politização
A denúncia de Felca expôs uma realidade alarmante que exige ação imediata, mas a esquerda brasileira tem usado essa causa nobre para avançar uma agenda de controle da mídia que ameaça a liberdade de expressão. A contradição é clara: enquanto boicotaram Som da Liberdade e relativizaram casos como o do MAM, agora posam de defensores da infância para justificar regulamentações que podem silenciar a direita. A sociedade deve exigir que a proteção das crianças seja tratada com seriedade, sem servir de pretexto para narrativas oportunistas. Apoie projetos de lei que punam a exploração infantil, cobre transparência das plataformas e não caia na armadilha da censura disfarçada. A infância brasileira merece mais do que palanques políticos — ela merece justiça.
Chamada à ação: Compartilhe este artigo, apoie iniciativas como a “Lei Felca” e cobre dos parlamentares ações concretas para proteger nossas crianças, sem comprometer a liberdade de expressão.
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